DPOC: Sintomas, Causas e Processo de Enfermagem!

DPOC: Sintomas Causas e Processo de Enfermagem!

Segundo Robert A. Wise (2020), a DPOC afeta 64 milhões de pessoas em todo o mundo e já causou mais de 3,2 milhões de mortes no ano de 2015. A projeção para 2030 é de que a doença obstrutiva crônica será a 3 principal causa de morte.

Devido a importância do tema, vamos descrever a fisiopatologia da DPOC, quais sãos os sinais e sintomas, causas e como é realizado o processo de enfermagem nas próximas linhas.


O que é a DPOC?

A DPOC é um grupo de doenças que atingem os pulmões sendo caracterizadas por gerar um bloqueio no fluxo de ar causando dificuldades de respiração.

As duas principais doenças que responsáveis pela DPOC são o enfisema e a bronquite.

As lesões pulmonares são irreversíveis sendo necessário um tratamento ativo por toda a vida, que aliviam os sintomas e melhoram a qualidade de vida.


Conheça tudo sobre DPOC: Sintomas, causas e tratamento!

Antes de tudo, você precisa entender melhor como é que funciona a nossa respiração, para depois compreender como se processa a DPOC.

Quando você puxa o ar na inspiração, esse ar entra em uma “tubulação complexa“.

Na parte inicial existem os tubos grandes e com calibre maior, que são a traqueia e os brônquios.

Em seguida o ar chega a tubos mais finos chamados de bronquíolos e depois chega a pequenos “sacos” alveolares. 

É nos alvéolos pulmonares que o oxigênio que entrou na inspiração é trocado pelo gás carbônico.

O sangue próximo aos alvéolos pulmonares são ricos em gás carbônico e pobre em oxigênio enquanto que o ar chegou nos alvéolos pulmonares é rico em oxigênio e pobre em gás carbônico.

Então ocorre uma troca por difusão, em que os gases sempre se movimentam a favor do gradiente de concentração, sempre visando o equilíbrio de concentração.

Ou seja, o fluxo acontece do ambiente que tem mais em uma determinada substância, para o ambiente que tem menos dessa mesma substância.

Assim, o gás carbônico que está em maior quantidade no sangue passa para o ar que está dentro dos alvéolos.

Enquanto que o oxigênio que está em maior quantidade no alvéolo passa para o sangue.

Deste modo, o sangue que estava venoso, ou seja com maior concentração de gás carbônico, justamente por ter vindo dos tecidos e levado ao aos pulmões pelo ventrículo direito do coração, passa a ser arterial.

E em seguida, o ventrículo esquerdo do coração leva essa sangue arterial para todos os tecidos do corpo para que o oxigênio seja utilizado no metabolismo celular.

A partir dessa troca, o ar que está dentro dos alvéolos passa a ter uma concentração maior do que antes de gás carbônico e por isso precisa de ser retirado daquele local.

Através da expiração, o ar volta os brônquios, passa pelos brônquios, chega na traqueia e em seguida é eliminado no ar ambiente.

Veja o quanto a respiração é importante para o funcionamento de todo o seu corpo, e a DPOC afeta justamente esse processo de troca de gases.

Na DPOC, ocorre uma destruição do parênquima pulmonar, ou seja, ocorre a destruição da região dos alvéolos justamente nos espaços onde o ar fica presente para haver as trocas de gases.

Causas da DPOC

Geralmente a DPOC é causada pela inalação de substâncias tóxicas, substâncias como fumaça de cigarro, ou poluentes ocupacionais como poeira e sílica.

Em algumas pessoas, a doença provém de um distúrbio autossômico dominante denominado deficiência de alfa-1 antitripsina que resulta na degradação do parênquima pulmonar por uma enzima chamada elastase.

A DPOC é caracterizada por dois processos. O primeiro é marcado pela inflamação de longo prazo que ocorre nos brônquios, cujo processo é conhecido por bronquite crônica. O segundo é a destruição alveolar, cujo mecanismo é chamado de enfisema.

 


Quais são os sintomas da DPOC?

Deste modo, a maioria das pessoas que apresentam o diagnóstico de DPOC tem elementos tanto de bronquite crônica quanto de enfisema pulmonar.

A inflamação crônica dos brônquios na DPOC gera uma hipersecreção de muco através das células caliciformes respiratórias.

Esse excesso muco, então, começa a formar um tampão que obstrui as vias aéreas, aprisionando o ar e assim dificultando a respiração, além de causar tosse produtiva crônica.

Á medida que o muco vai se acumulando nos pulmões, a dispneia que antes era restrita ao esforço, passa a ser sentida também em repouso.

O paciente começa a ter fadiga, respiração ruidosa e sensação de aperto no peito.

E para complicar o quadro do paciente, a destruição dos alvéolos pulmonares prejudica as trocas gasosas, que resulta em hipoxemia e hipercapnia.

Hipoxemia pode ser conceituado quando os níveis baixos de oxigenação do sangue e hipercapnia refere-se aos níveis altos de dióxido de carbono no sangue.

A perda da capacidade elástica dos pulmões devido aos processos inflamatórios da DPOC leva ao colapso das vias aéreas durante a expiração, onde o ar fica preso devido a uma dilatação dos espaços pulmonares.

Ou seja, quando o seu paciente expira, o ar não consegue sair dos pulmões, saindo somente uma pequena parte, evidenciando o aumento do espaço morto respiratório.

Como o paciente não consegue retirar o ar completamente em cada expiração, há um aumento da frequência de incursões respiratórias gerando a taquipneia com respirações de amplitude curta.

Para tornar a respiração mais fácil, os pacientes com DPOC assumem a chamada “posição do tripé, onde eles se sentam e se inclinam para frente com as mãos nos joelhos.

Eles podem geralmente utilizam a respiração com lábios franzidos, que  também pode ser ensinada ao paciente pelo enfermeiro ou fisioterapeuta. Essa método de respiração ajuda pacientes com DPOC a diminuir o volume de ar aprisionado nos pulmões.

A técnica envolve prolongar a expiração produzindo uma pressão expiratória final positiva, que permite
a troca do máximo de ar possível.

O paciente com DPOC utiliza bastante os músculos acessórios da respiração, e por isso o paciente gasta muita energia apenas para respirar, causando cansaço.

Outra característica importante do paciente com DPOC, é o aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, que é chamado de tórax de barril.

DPOC, SINTOMAS: Tórax em barril. Fonte:sem.ioclin.files.wordpress.com/2018/01/exame-pulmonar.pdf

As dificuldades de realização das trocas gasosas que levam a hipoxemia crônica pode resultar em cianose, uma descoloração azulada dos lábios ou pontas dos dedos.

A hipoxemia também causa constrição dos vasos pulmonares e hipertensão pulmonar. Isso obriga o lado direito do coração a trabalhar mais forte para fazer pressão suficiente no sangue para que ele vença a resistência aumentada dos vasos sanguíneos pulmonares e finalmente chegue nos pulmões.

Esse aumento da carga de trabalho no lado direito do coração, leva à insuficiência cardíaca do lado direito ou cor pulmonale.


DPOC, Sintomas (Resumo)

  • hipersecreção de muco;
  • tosse produtiva crônica;
  • dispneia;
  • fadiga;
  • respiração ruidosa;
  • sensação de aperto no peito;
  • hipoxemia;
  • hipercapnia;
  • dilatação dos espaços pulmonares;
  • aumento do espaço morto respiratório;
  • taquipneia com respirações de amplitude curta;
  • pacientes assumem a posição do tripé”, onde eles se sentam e se inclinam para frente com as mãos nos joelhos;
  • respiração com lábios franzidos;
  • aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, que é chamado de tórax de barril;
  • cianose;
    hipertensão pulmonar;
  • Sintomas cardíacos decorrentes da insuficiência cardíaca direita.

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Diagnóstico

O diagnóstico de DPOC é baseado na história do cliente, exame físico, exame da função pulmonar e testes para avaliar o grau de limitação das vias aéreas, como a avaliação do volume expiratório forçado em 1 segundo após o paciente receber um broncodilator, como o albuterol, por exemplo.

Como resultado, uma relação volume expiratório forçado inferior a 70% indica obstrução das vias aéreas importante.

Além disso, pode-se fazer o rastreamento da deficiência de alfa-1 antitripsina.

A deficiência de alfa 1-antitripsina é um distúrbio hereditário no qual a falta ou baixo nível da enzima alfa 1-antitripsina danifica os pulmões e o fígado e no primeiro caso, gera a doença obstrutiva crônica.


Tratamento

O manejo de longo prazo para DPOC estável inclui a cessação do tabagismo e a prevenção de outros gatilhos como poluição e alérgenos.

As vacinas contra influenza e pneumococo devem ser administradas para diminuir o risco de infecções respiratórias.

Embora a DPOC seja irreversível, a administração de broncodilatadores podem ajudar a aliviar os sintomas e os corticosteroides podem diminuir a inflamação nos pulmões.

O oxigênio suplementar pode ser necessário para manter uma saturação de oxigênio entre 88 a 92%.

É importante mencionar que para esses clientes, a meta não é “100%” de saturação porque a hiperoxemia aumenta a mortalidade, então neste caso, o melhor a fazer é sempre prevenir mantendo a SPO2 entre 88 e 92%.

Finalmente, uma vez que esses indivíduos gastam muito da sua energia simplesmente respirando, é importante realizar uma dieta que busque manter o peso adequado e a massa muscular.


Quais são os sinais de complicações do DPOC?

Uma exacerbação ou deterioração do quadro de DPOC pode se manifestar pelo aumento dos sintomas como dispneia, tosse, aumento da expectoração, fadiga e aumento da sibilância.

O aumento do quadro de hipóxia pode resultar em confusão ou diminuição do nível de consciência.

A Gasometria arterial podem resultar em PaO2 diminuída, PaCO2 aumentada, HCO3 aumentada (bicarbonato) – e diminuição do pH.


Processo de Enfermagem

Para ficar rápida e efetiva a nossa compreensão, imaginemos que você está de plantão e chega um paciente chamado João Silvério, de 67 anos de idade.

João uma história de 5 dias de falta de ar DURANTE o esforço, respiração ofegante, fadiga e piora da tosse.

Ele RELATA que tem aumentado dificuldade com as atividades normais do dia a dia, como comer, conversar e subir escadas.

João tem histórico tabagismo, em que fuma dois maços por dia, desde os 25 anos de idade. No entanto, ele parou fumar há um ano após ser diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica, ou DPOC.

Desde que se apresentou na UPA, ele foi admitido na enfermaria para o tratamento de uma exacerbação aguda da DPOC.

Aí você foi designado para dispensar os cuidados do Sr. João montando o processo de enfermagem!

Lembre-se que o processo de enfermagem constitui em 5 etapas:

  1. Histórico de Enfermagem;
  2. Diagnósticos de Enfermagem;
  3. Planejamento;
  4. Implementação;
  5. Avaliação.

Se você tem dúvidas sobre as etapas do processo de enfermagem, assista o vídeo abaixo:

Leia mais sobre Processo de Enfermagem. Clique AQUI!


Histórico de Enfermagem

O histórico de enfermagem é composto pela anamnese e o exame físico.

Voltando ao Sr. João Silvério, você inicia a primeira etapa do processo de enfermagem, a construção do Histórico de Enfermagem!

entra no quarto onde ele está acomodado, você se apresenta, lava as mãos e confirma a identidade do paciente.

Nesse momento, você nota que João Silvério está sentado na cama, inclinado sobre os joelhos na posição de tripé.

Você então começa a realizar a avaliação do Sr. João. e começa perguntando como ele está se sentindo hoje.

Ele afirma que está sentindo falta de ar e está muito cansado.

Você percebe que ele se esforça para dizer frases inteiras porque ele precisa de realizar pausas para respirar.

Você também percebe um alargamento nasal e que ele está franzindo os lábios durante a expiração.

Ele afirma que tem piorado os sintomas respiratórios há cerca de uma semana e que passou a sentir falta de ar ao fazer atividades como levantar para ir ao banheiro durante a noite.

Ele relata que apresenta uma tosse produtiva crônica há anos e que apresenta uma tosse com expectoração clara, que no entanto, nas últimas manhãs, tem aumentado de volume e que está com uma consistência mais espessa.

Após a inspeção visual do Sr. João, você percebe que ele tem um peito de barril e que ele está usando os músculos acessórios para ajudar na respiração.

Você nota que durante a inspiração, há uma retração dos espaços intercostais, supra-esternal e supraclavicular, o que chamamos de tiragem intercostal.

Em seguida você ausculta os pulmões do paciente no qual você verifica diminuição do murmúrio vesicular, que há a presença de sibilos, roncos difusos, crepitações e abafamento de bulhas cardíacas.

Durante a sua avaliação, o Sr. João parece alerta e orientado, mas continua a apresentar respirações curtas.

Seus sinais vitais são os seguintes:

  • pressão arterial 125/80;
  • frequência cardíaca 82 batimentos;
  • temperatura, 36,5;
  • saturação de oxigênio 87% no ar ambiente;
  • frequência respiratória 27 por min;
  • 0 numa escala de a 0 a 10 de dor.

Você vai revisar os exames mais recentes, que incluem hemograma completo, perfil metabólico básico como glicemia, cálcio, sódio, potássio, co2, bicarbonato, cloro e creatinina.

Você verifica os resultados de gasometria arterial e anota os seguintes valores:

  • pH = 7,34;
  • PaO2 = 62 mmHg;
  • PaCO2 = 65 mmHg;
  • HCO3 = 32 mEq / L.

Você faz a anotação dos resultados da avaliação antes de sair da sala.


Diagnósticos de Enfermagem

Com base nos dados de avaliação que você coletou, você levanta os diagnósticos de enfermagem que incluem:

  • Padrão respiratório ineficaz relacionado ao aumento do trabalho respiratório;
  • Desobstrução ineficaz das vias aéreas relacionado por aumento da produção de secreções;
  • Troca de gases prejudicada relacionada à destruição das vias aéreas;
  • Intolerância à atividade relacionada ao desequilíbrio entre o suprimento e a demanda de oxigênio; e
  • Conhecimento deficiente relacionado ao manejo de doenças crônicas.

Agora que você reuniu todos os dados de avaliação, informações de diagnóstico relevantes, valores de laboratório e criou alguns diagnósticos de enfermagem, você precisa realizar o planejamento de enfermagem.

Planejamento de Enfermagem

O planejamento de enfermagem inclui determinação dos objetivos importantes que se deve alcançar a fim de resolver os problemas de enfermagem levantados em cada diagnóstico.

Esses objetivos serão os nossos resultados esperados.

Objetivos

Com relação ao Sr. João Silvério, o resultado final em que o paciente deverá apresentar no fim do tratamento é:

  • um padrão de respiração eficaz, evidenciado por respiração com frequência e profundidade normais;
  • ausência de dispneia;
  • respiração sem o uso de músculos acessórios;
  • o paciente manterá as vias respiratórias desobstruídas e abertas, conforme evidenciado por sons respiratórios claros e capacidade para efetivamente tossir secreções.

Deste modo, você vai levantar uma série de resultados esperados que deve ser as suas metas!

Quais são os resultados esperados que você vai levantar?

Resultados Esperados

Os resultados esperados que você vai listar será:

  • O paciente apresenta uma troca de gases ideal que deverá ser demonstrada por ciclos de respirações de 12 a 20 por minuto, oximetria de pulso em níveis terapêuticos durante o repouso e esforço e gases sanguíneos mais próximos da normalidade.
  • O paciente apresenta um aumento da tolerância à atividade que será evidenciado por capacidade e energia aprimoradas para deambular 7 metros sem sentir falta de ar.
  • Finalmente, antes de receber alta, o Sr. João verbalizará uma compreensão da DPOC;
  • O paciente conseguirá demonstrar como usar seu inalador;
  • Após a alta, o paciente evitará fatores que piorem o quadro da DPOC e vai compreender o tratamento a longo prazo da doença.

Agora que você montou os resultados esperados, chega o momento de você realizar as prescrições dos cuidados de enfermagem.

Prescrições dos Cuidados de Enfermagem

Quais são os cuidados que o Sr. João deve receber para atingir os resultados esperados?

Ou seja, quais os cuidados que visam melhorar o seu padrão respiratório, a saturação de oxigênio no sangue e a compreensão sobre a sua doença?

Você então vai realizar as seguintes prescrições para a equipe de enfermagem:

  • Aferir sinais vitais de duas em duas horas;
  • Monitorar padrão respiratório constantemente, observando a amplitude de respiração, profundidade e uso de músculos acessórios;
  • Aplicar conforme prescrição médica, a terapia de oxigênio suplementar em 2L, via cânula nasal, com monitoramento contínuo de suas saturações por meio da oximetria de pulso;

Vale ressaltar que a saturação de oxigênio do Sr. João deve estar entre 88 e 92%.

  • Administrar medicamentos que foram solicitados, como o albuterol, um broncodilatador, administrado via
    inalador com espaçador e prednisona, um corticosteroide oral.
  • Durante a administração desses medicamentos, um dos cuidados de enfermagem envolve a analise de como o Sr. João está utilizando o inalador, se o mesmo está utilizando a técnica corretamente;
  • Ensino da importância da utilização correta da medicação após a alta e da cessação do tabagismo;
  • Orientação para a adoção de medidas para diminuir o risco de infecções, incluindo lavagem das mãos e vacinação;
  • Além disso, atuar junto ao fisioterapeuta no ensino de técnicas e exercícios para ajudar a aliviar o trabalho respiratório e conservar energia para desempenhar as atividades de vida diária;
  • Monitorização constante dos sinais vitais.

Caso haja agravamento do estado respiratório ou a qualquer aumento da dispneia, cianose ou ocorra a diminuição do nível de consciência, o médico responsável deve ser acionado imediatamente.

Então você termina a fase do planejamento do processo de enfermagem e informa toda a equipe de enfermagem sobre o planejamento.

É importante que tudo esteja registrado no prontuário do paciente.

Implementação

Durante o plantão, o plano de cuidados deverá ser executado e todas as informações referente aos procedimentos deverão ser anotadas pelos profissionais executantes.

Avaliação

Já no final do seu turno, chega o momento de você realizar a avaliação de enfermagem, sendo esta a última etapa do processo de enfermagem.

Você chega diante do Sr. João e verifica que a sua respiração parece menos difícil, ele não está mais usando músculos acessórios, e ele tem efetivamente tossido suas secreções.

Ele permaneceu com 2L de oxigênio via cânula nasal durante todo o seu turno.

Sua saturação de oxigênio permanece em 91% durante o repouso mas diminui para 87% ao levantar-se ou caminhar alguns degraus.

Ele permanece alerta e orientado durante todo o turno, mas ele se cansa facilmente.

Seus sinais vitais são:

  • Pressão arterial 125 por 79 mm/hg;
  • Frequência cardíaca de 90 de bpm,;
  • Temperatura, 98,6 de 37,0 C;
  • Frequência respiratória 22 por min; e 
  • Dor, 0 numa escala de dor 0 a 10.
  • Seus valores de gasometria são pH = 7,40, PaO2 = 72 mmHg, PaCO2 = 48 mmHg, HCO3 = 28 mEq / L. Você avalia o Sr. João como que ele está melhorando!

Você faz a evolução de enfermagem anotando a resposta do Sr. João frente aos cuidados de enfermagem prestados
para determinar se seus objetivos estão sendo alcançados.

Em seguida você revisa o plano de cuidados!


Vamos para uma rápida recapitulação?

É importante conhecer a DPOC, sintomas, tratamento e cuidados de enfermagem.

A DPOC é um grupo de doenças pulmonares inflamatórias crônicas de ordem progressiva que é evidenciada principalmente pelo enfisema ou bronquite crônica.

A doença é causada por uma obstrução da passagem do ar pelos pulmões gerando dispneia.

Os sinais e sintomas mais comuns são a falta de ar, sibilos, tosse crônica, torax em barril, taquipneia, dispneia, respiração superficial e rápida, cansaço e aumento da expectoração.

A inalação de substâncias tóxicas como fumaça de tabaco ou poluentes ambientais são causas comuns.

Uma exacerbação aguda da DPOC é geralmente provocada por uma infecção, mas também pode ser causada por alergias sazonais ou inalação de irritantes.

Sinais e sintomas de uma exacerbação aguda incluem aumento da dispneia, tosse e produção de expectoração, juntamente com respiração ruidosa, fadiga, confusão e desorientação.

Com relação ao processo de enfermagem, este envolve 5 etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação.

Para aplicar o processo de enfermagem na DPOC foi levantado a história do Sr. João.

O seu paciente, Sr. João , chega à UPA com uma exacerbação da DPOC, que é caracterizada por inflamação, hipersecreção de muco, obstrução das vias aéreas e destruição alveolar.

Na nossa avaliação, foi revelado que Sr. João teve dispneia enquanto realizava as atividades de vida diária, ele estava usando músculos acessórios enquanto respirava, teve um aumento na quantidade e consistência de secreções, apresentava taquipneia, e sibilos e estertores nos pulmões.

Seus diagnósticos de enfermagem foram padrão respiratório ineficaz, via aérea ineficaz, troca de gases prejudicada, intolerância à atividade e conhecimento deficiente.

Ao partir para a fase de planejamento do processo de enfermagem, as metas ou resultados esperados que você identificou ao planejar o atendimento ao Sr. João incluíram o estabelecimento de uma
padrão respiratório, mantendo as vias aéreas desobstruídas, maior tolerância à atividade e compreensão
seu regime de medicação, técnicas respiratórias eficazes e fatores de risco para exacerbações.

Você colocou o plano de cuidados em ação, caracterizando a 4ª fase do processo de enfermagem e no fim do plantão você realiza a 5ª e última etapa que é a avaliação de enfermagem.

No entanto, apesar da melhora do Sr. João, as intervenções continuarão a ser implementadas e avaliadas para determinar se seus objetivos estão sendo alcançados pelo próximo plantonista.


Conclusão

O paciente ainda não deve receber alta até que os resultados esperados sejam alcançados com êxito.

O enfermeiro que assumirá o próximo plantão deverá receber o processo de enfermagem que você montou e dar andamento ao mesmo.

As avaliações deverão ser realizadas por todo enfermeiro plantonista e o plano de cuidados revistos até que os resultados esperados perante ao Sr João sejam atingidos.

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Um grande abraço.


Referências Bibliográficas

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CHAVES, Et al. DPOC: Sintomas indicativos de disfagia. Jornal Brasileiro de Pneumologia. São Paulo, v. 37, n. 2, p-176 a 183, ano 2011. Disponível em <https://www.scielo.br>. Acesso em 09 de agosto de 2021.

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Meltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.

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WISE, Robert. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DPOC, sintomas, causas e tratamento. Manual MSD, Versão para Profissionais de Saúde, 2020. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com>. Acesso em 09 de agosto de 2021.

 

 

 

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Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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