Qual a temperatura normal do corpo humano?
Saber qual é a temperatura humana normal é muito importante para identificar estado febril, hipertermia maligna e hipotermia em um paciente.
Qual é a temperatura humana normal?
A temperatura corporal consiste na diferença entre a quantidade de calor produzida pelo corpo e a quantidade de calor perdida para o ambiente.
Temperatura corporal = calor produzido – calor perdido.
Apesar das mais variadas condições ambientes de temperatura e da atividade física, o corpo apresenta um sistema que mantém a temperatura dos nossos órgãos centrais numa temperatura constante de aproximadamente 37º C, e que varia em cerca de 1 grau centígrados ao longo do dia.
No entanto, na superfície do corpo, a temperatura sofre variações devido a perda de calor para o ambiente externo. Neste sentido, a faixa de temperatura normal na pele, ou seja, o valor de temperatura periférica, apresenta uma variação de 36 a 38 graus centígrados, podendo ser aferida nos sítios oral, retal, axilar, bexiga urinária, membrana timpânica e outros.
A vantagem da aferição da temperatura corporal na superfície corporal, é o baixo custo e técnica de fácil execução podendo ser realizado várias vezes durante o plantão num curto espaço de tempo.
Por sua vez, a temperatura central, dos nossos órgãos internos, pode ser medida através da artéria pulmonar e do esôfago, apresentando como vantagem, apresentar um valor de temperatura mais acurado.
Por outro lado, a aferição da temperatura central apresenta como desvantagem, a exigência de ser utilizado um método cirúrgico para realizar a mensuração da temperatura central, exigir profissionais qualificados e equipamentos mais caros, e além disso, podem trazer riscos ao paciente, como disritmias, danos às valvas cardíacas, que são gerados durante a introdução do cateter.
A temperatura normal do corpo humano é comumente aferida nas regiões oral, anal e axilar e tem os seguintes valores de referência:
- Temperatura axilar: 35,8 °C – 37,0°C;
- Temperatura oral: 36,3°C – 37,4°C;
- Temperatura retal: 37°C – 38,0°C.
Quais são os fatores que interferem na na temperatura corporal?
Os fatores que interferem na temperatura corporal são a idade, exercício, ambiente, nível hormonal e ritmo circadiano.
idade
As crianças pequenas e os idosos tem maior dificuldade de regular a temperatura corpora.
Em recém-nascidos, os mecanismos de controle de temperatura estão imaturos, e por isso a sua temperatura corporal responde drasticamente à temperatura ambiente.
Desde modo, bebês despidos de roupas em ambientes frios tendem a ficar em hipotermia e por outro lado, quando estão em ambientes muito quentes, podem apresentar hipertermia.
Já os idosos, por terem os mecanismos de controle de temperatura deteriorados pela idade, também são muito instáveis quando há extremos de temperatura no ambiente.
Exercício
A atividade muscular durante a atividade física exige um suprimento sanguíneo maior e também uma quebra maior de gordura e carboidratos para oferecer mais energia para ser utilizada pelos músculos.
Todo esse processo promove a produção de calor e assim elevando a temperatura corporal. É natural, durante uma corrida de longa distância, a temperatura corporal chegar a 41 graus centígrados.
Ambiente
O ambiente influencia diretamente na temperatura corporal pois a temperatura corporal é a diferença da quantidade de calor produzida no corpo e a quantidade de calor gerada no corpo.
Quando estamos em um quarto aquecido, certamente teremos uma elevação da temperatura corporal. Em contrapartida, se estamos num ambiente muito frio e sem agasalho, vamos perder muito calor para o ambiente, por irradiação e condução, e assim teremos uma queda de temperatura do corpo
É bom mencionar que a temperatura ambiente interfere mais intensamente idosos e bebês porque os seus mecanismos de regulação da temperatura não estão eficientes.
Nível hormonal
As mulheres apresentam maior alteração da temperatura corporal em relação aos homens quando se fala em hormônios. Isto se deve exatamente àqueles que são responsáveis pelo ciclo menstrual.
Quando os níveis de progesterona estão baixos na fase folicular do ciclo, ou seja, nos primeiros 14 dias, a temperatura corporal fica alguns décimos abaixo do nível basal.
Após essa fase, ocorre a ovulação e há o aumento dos níveis de progesterona, o que causa o aumento da temperatura corporal. Essas alterações de temperatura ajudam a identificar o período fértil para as mulheres que desejam engravidar.
Além disso, ocorre mudanças de temperatura corporal em mulheres durante a climatério, momento da transição da fase reprodutiva para a fase de senescência.
As mulheres nesses fase experimenta períodos de intensos de aquecimento corporal conhecidos como fogachos e transpiração que duram cerca de 30 segundos a 5 minutos. Durantes esse momentos ocorrem aumento intermitentes da temperatura da pele de até 4 graus centígrados, provocados por uma instabilidade dos controles vasomotores que realizam a vasodilação e vasocontricção.
Ritmo Circadiano
A temperatura do corpo humano apresenta uma variação normal de 0,5 graus centígrados a 1 grau centígrado durante as 24 horas do dia. A temperatura corporal é normal entre 1 a 4 horas da madrugada, e aumenta regularmente ao longo do dia até por volta das 18 horas, e em seguida, começa a declinar.
No entanto, o ciclo circadiano não se altera de imediato em pessoas que passam a trabalhar durante a noite e a descansar durante o dia. É preciso um tempo de 1 a 3 semanas para o ciclo seja revertido.
Estresse
Outro fator que altera a temperatura corporal, é o estresse.
Quando ficamos estressados, ocorre uma maior estimulação dos hormônios e dos neurônios, aumentando o metabolismo, que por sua vez aumenta a produção de calor e a temperatura.
Alteração da temperatura humana normal
Saber qual é a temperatura humana normal é importante para diagnosticar uma febre ou hipotermia. Nas próximas linhas vamos estudar os principais termos técnicos relacionados à temperatura corporal.
Afebril
Significa ausência de febre. É considerado afebril, o paciente que está com uma temperatura corporal de 36 a 37² ºC.
Estado febril
O estado febril ocorre quando a temperatura corporal fica um pouco acima do nível máximo da temperatura corporal normal, mas ainda não é considerado uma febre.
É considerado estado febril, uma temperatura axilar de 37,3 a 37,7 ºC.
O que é a febre ou pirexia?
A febre é um aumento da temperatura corporal, com valores acima de 38 graus centrígrados, provocado pela pelo ajuste de controle térmico no hipotálamo o que faz com que mobiliza os mecanismos de controle térmicos para elevar a temperatura corporal até o nível do ajuste.
O que é hipertemia?
A hipertermia ocorre quando os mecanismos de controle térmico não conseguem trabalhar adequadamente e falham, então a produção de calor excede a perda do calor.
O que é Hipertermia malígna?
A hipertermia malígna é uma condição hereditária de produção de calor de forma descontrolada, que ocorre quando as pessoas susceptíveis recebem certas substâncias anestésicas.
O que é Hipotermia?
A hipotermia é evidenciada pela perda de calor durante uma exposição prolongada ao frio. A hipotermia pode ser classificada em:
- Hipotermia leve: 34 a 36 graus centígrados;
- Hipotermia moderada: 30 a 34 graus centígrados;
- Hipotermia grave: abaixo 30 graus centígrados;
Qual a diferença entre febre e hipertermia?
Você deve ter ficado em dúvida, o conceito de febre e de hipertermia são muito parecidos. Mas vamos esquematizar a diferença para você:
Febre– Alteração no centro de controle da temperatura corporal no hipotálamo, comumente devido a citocinas inflamatórias e outras substâncias químicas derivadas da inflamação e infecção de microrganismos. O hipotálamo altera os centros de controle da temperatura que por sua vez, aumentam a temperatura corporal.
Hipertermia – Não há alteração do controle no hipotálamo. O aumento da temperatura corporal se dá quando os mecanismos de controle térmico falham, então a produção de calor excede a perda de calor para o ambiente.
Referência Bibliográfica
TEIXEIRA, C. C. Aferição dos sinais vitais: um indicador do cuidado seguro em idosos. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Out-Dez; 24(4): 1071-8. Acesso em: 20/11/2017. Disponível em: < http://www.scielo.br>. Acesso em 25 de jun. de 2021.
LÓPEZ, Mario; LAURENTYS-MEDEIROS, José de. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico . 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. 1233 p.
