Frequência de pulso – Como avaliar?

Qual a importância de avaliar o pulso e frequência cardíaca?

A avaliação do pulso e frequência cardíaca é fundamental para a avaliação do funcionamento cardiovascular.

Mas o que é frequência de pulso?

A frequência de pulso pode ser entendido como a onda resultante de cada batimento cardíaco que pode ser sentido através da palpação de uma artéria.

Uma pulsação sempre acontece após cada batimento do ciclo cardíaco.

Quando o sangue é injetado pelo ventrículo esquerdo para aorta, o sangue conduzido para as artérias exercem uma pressão na parede desses vasos, e o volume resultante dessa pressão provoca uma oscilação.

Essa oscilação apresenta um ritmo e um volume, que nos dá informações importante sobre o funcionamento cardiovascular do paciente.

Essa oscilação rítmica que acontece em toda a extensão da arterial pode ser aferida em qualquer ponto do corpo onde ela é palpável.


Quais são as finalidades da aferição do pulso e frequência cardíaca?

Qual é a importância de avaliar o pulso e frequência cardíaca

  • Verificar a ondulação exercida pela expansão relaxamento das artérias resultantes dos batimentos cardíacos;
  • Avaliar frequência do pulso, e indiretamente verificar a frequência cardíaca;
  • Avaliar ritmo dos batimentos cardíacos;
  • Avaliar volume de ejeção de sangue durante a sístole (avaliação do débito cardíaco);
  • Avaliar condições hemodinâmicas do paciente.

Quais são os locais para aferição da frequência de pulso?

  • Artéria carótida;
  • Artéria femoral;
  • Artéria apical – ausculta;
  • Artéria temporal;
  • Artéria radial;
  • Artéria braquial;
  • Artéria poplítea;
  • Artéria pediosa ou dorsal do pé;
  • Artéria tibial posterior.

É importante mencionar que, na situação de choque ou parada cardíaca, as artérias de pequeno calibre podem não apresentar pulsação satisfatória para ser sentida pelo tato.

Neste caso, a artéria recomendada para a verificação do pulso é a artéria carótida, por ser de fácil acesso e de grosso calibre.

Em caso de impossibilidade de acesso à artéria carótida, pode utilizar a artéria femoral.

 


Aferição do pulso apical

A aferição do pulso apical é utilizado frequentemente em lactentes quando há uma dificuldade na verificação.

Diferentemente das artérias, onde se utiliza a pressão digital para sentir as pulsações arteriais, a aferição do pulso apical deve ser aferido utilizando o estetoscópio.

Em pacientes adultos, a aferição do pulso apical, por se tratar de uma ausculta direta da área apical, região do ventrículo esquerdo, permite ao examinador:

  1. Avaliar e monitorar condições hemodinâmicas do paciente;
  2. Detectar arritmias cardíacas;
  3. Avaliar efeitos de medicamentos que alteram a frequência cardíaca;
  4. Verificar a frequência e o ritmo cardíaco de forma mais acurada.

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Como aferir a o pulso apical?

Depois de higienizar as mãos e o estetoscópio, é preciso lembrar de garantir o conforto do paciente.

Neste sentido, orienta-se colocar o diafragma no peito do paciente, depois de aquecê-lo de 5 a 10 segundos.

Em seguida,  basta colocar o diafragma do estetoscópio sobre a aérea apical, no 5º espaço intercostal (EI), na linha clavicular média (LCM), e ausculte em busca dos sons cardíacos (ouvidos como Tum Ta).

Quando auscultar os sons cardíacos, olhe para o relógio e comece a contar a frequência; começando a
contar do zero e em seguida um, dois e assim por diante.

Basta conte por 1 minuto e em seguida anotar os achados.


Técnica de aferição de pulso

Você apenas precisará de um relógio de ponteiro, papel e caneta.

E em seguida realize os seguintes passos:

  1. Lavar as mãos de acordo com a técnica;
  2. Explicar o procedimento e posicionar paciente de forma confortável;
  3. Posicionar as polpas digitais dos dedos indicador e médio sobre a artéria escolhida, com suave compressão para não obliterar o vaso;
  4. Contar as pulsações por um minuto;
  5. Anotar o valor em folha rascunho;
  6. Registrar o valor na folha de controles;
  7. Tomar medidas cabíveis em situação de alteração, registrando as mesma no prontuário.

Tabela Pulso por Minuto

IdadeFrequência Cardíaca
Lactente120 a 160
Todller (1 a 3 anos)90 a 140
Pré-escolar80 a 110
Criança em idade escolar75 a 100
Adolescente60 a 90
Adulto 60 a 100

Termos Técnicos na Aferição da Frequência de Pulso

Os achados durante a aferição do pulso e frequência cardíaca envolvem:

  1. Bradicardia;
  2. Taquicardia;
  3. Taquisfigmia;
  4. Bradisfigmia;
  5. Pulso filiforme;
  6. Pulso dicrótico;
  7. Pulso normosfígmico;
  8. Pulso cheio.

Bradicardia

Durante a verificação do pulso apical (ausculta com estetoscópio), verifica-se que o ritmo cardíaco está abaixo do normal.

Taquicardia

Durante a verificação do pulso apical (ausculta com estetoscópio), verifica-se que o ritmo cardíaco está acima do normal.

Taquisfigmia

Através da palpação de uma artéria, é verificado que o ritmo de pulso está acima dos valores considerados normais para a idade.

Ademais, é sentido que o pulso está fino, pois este é sintoma, por exemplo, de hipovolemia secundário a hemorragia ou desidratação por diarreia.

Bradisfigmia

Através da palpação de uma artéria, é verificado que o ritmo de pulso está abaixo dos valores considerados normais para a idade.

Além disso, nota-se que o pulso também está fino.

Pulso filiforme

Mesmo que batimentos fracos, ocorrendo gerando quando os batimentos estão lentos (Bradisfigmia).

O pulso é considerado filiforme, quando há uma dificuldade de sentir o pulso, indicando redução da força ou redução do volume da pulsação.

O volume é pequeno, e neste caso, a artéria é facilmente obliterada quando é pressionada.

Pulso dicrótico

O pulso dicrótico é aquele que dá a impressão que existem dois batimentos.

É comumente referido como uma pulsação que ocorre um duas ondas, uma mais clara e nítida, e outra mais fraca, que ocorre imediatamente depois da primeira.

Pulso normosfígmico

Pulsação normal.

Pulso cheio

Quando o coração exerce uma pressão moderada nas paredes internas da artéria e o examinador identifica certa dificuldade de obliterar o vaso.


Por que se faz da frequência respiratória logo após a frequência a leitura da frequência cardíaca?

Para evitar que o paciente perceba que a sua função respiratória está sendo avaliada e dessa forma exerça um controle voluntário sobre a respiração.

Logo que fazemos a contagem da frequência de pulso, deveremos fazer a contagem da frequência respiratória, sem o paciente saber.

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Referência Bibliográfica

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à
Assistência à Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília: Anvisa, 2017. Disponível em: <
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H, CHEEVER, K., BRUNNER, Sholtis, SUDDARTH, Smith. Brunner & Suddarth | Tratado de Enfermagem
Médico-Cirúrgica, 13ª edição. Guanabara Koogan, 2015.

OLIVEIRA, R. G. de Blackbook – Enfermagem. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2016

POTTER, P. A.; PERRY, A.G.; STOCKERT, P.; HALL, A. Fundamentos de Enfermagem. 9ªed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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