O que é a Escala de Fugulin?

O que é a Escala de Fugulin?

A escala de fugulin é um instrumento utilizado na gestão do serviços de saúde, que possibilita a distribuição de profissionais de enfermagem de acordo com o grau de dependência dos pacientes.

Este instrumento, permite a distribuição igualitária de cada membro de equipe de técnicos de enfermagem diminuindo a sobrecarga de trabalho entre os membros da equipe.

“É ideia é que ninguém trabalhe mais do que ninguém!”


Como é realizado a escala de Fugulin?

Dimensionamento de pessoal de enfermagem e a escala de Fugulin

A escala de Fugulin é um sistema pontuação em que o enfermeiro ou gestor, irá avaliar o seu paciente em 9 áreas de cuidados, a saber:

  1. estado mental;
  2. oxigenação;
  3. sinais vitais;
  4. motilidade;
  5. deambulação;
  6. alimentação;
  7. cuidado corporal;
  8. eliminação;
  9. terapêutica.

Em cada área será avaliado quatro níveis de dependência de cuidados dando uma nota de 1 a 4 para os níveis de dependência.

  • Nota 1 – Independente;
  • Nota 2 – Necessita de auxílio;
  • Nota 3 – Dependente parcialmente;
  • Nota 4 – Totalmente dependente.

Veja como é realizada a classificação!

Primeira Avaliação: Estado Mental

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = O paciente está orientado no tempo e espaço (informa data e hora precisa);
2 Pontos = Apresenta períodos de desorientações no tempo e espaço;
3 Pontos = Apresenta períodos de inconsciência;
4 Pontos = O paciente está totalmente inconsciente.

Segunda Avaliação: Oxigenação

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = O paciente não depende de oxigênio;
2 Pontos = Necessita de máscara ou cateter de oxigênio;
3 Pontos = Precisa de uso contínuo de máscara ou cateter de oxigênio;
4 Pontos = Dependente de ventilação mecânica.

Terceira Avaliação: Sinais Vitais

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = Você precisa aferir sinais vitais de rotina de 8 em 8 horas;
2 Pontos = Necessita de aferir sinais vitais de de 6 em 6 horas;
3 Pontos = Controle dos sinais vitais de 4 em 4 horas;
4 Pontos = Controle dos sinais vitais de 2 em 2 horas.

Quarta Avaliação: Motilidade

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = O paciente consegue movimentar todos os segmentos do corpo;
2 Pontos = Apresenta limitação do movimento;
3 Pontos = Dificuldade para movimentar os seguimentos do corpo, precisa de mudança de decúbito e movimentação passiva realizada com auxílio da enfermagem;
4 Pontos = Incapacidade de movimentos os segmentos do corpo, precisa de mudança de decúbito programada e movimentação passiva realizada pela enfermagem.

Quinta Avaliação: Deambulação

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = O paciente está deambulando sem auxílio;
2 Pontos = Necessita de auxílio para deambular;
3 Pontos = Utiliza cadeira de rodas;
4 Pontos = Está restrito ao leito.

Sexta Avaliação: Alimentação

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = Consegue alimentar-se sozinho;
2 Pontos = Precisa de auxílio para levar o alimento até à boca;
3 Pontos = Somente consegue se alimentar por sonda nasogástrica;
4 Pontos = Necessita de cateter central (alimentação parenteral).

Sétima Avaliação: Cuidado corporal

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = Consegue realizar o autocuidado sem nenhum auxílio;
2 Pontos = Necessita de auxílio durante o banho de chuveiro ou durante a higiene oral;
3 Pontos = A enfermagem precisa de dar o banho de chuveiro e realizar a higiene oral;
4 Pontos = Necessita de realizar banho no leito e higiente oral pela enfermagem.

Oitava Avaliação: Eliminação

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = O paciente consegue usar o vaso sanitário sem auxílio;
2 Pontos = Necessita de auxílio para usar o vaso sanitário;
3 Pontos = Precisa de usar comadre ou realiza as evacuações em fraldas;
4 Pontos = Evacuação em fraldas e uso de sonda vesical para controle da diurese.

Nona Avaliação: Tipo de terapias de administração de medicamentos

Veja qual pontuação o seu paciente apresenta:

1 Ponto = Administração de medicamentos por via intramuscular ou via oral;
2 Pontos = Administração de medicamentos por via endovenosa intermitente;
3 Pontos = Administração de medicamentos por via endovenosa contínua ou através de sonda nasogástrica;
4 Pontos = Uso de medicamentos vasoativos para a manutenção da pressão arterial.


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Resultado: Classificações do Grau de Dependência

Após terminar de realizar todas as avaliações através da Escala de Fugulin, chegou a hora de realizar a classificação.

Se o paciente tiver entre:

  • 9 a 14 pontos – Cuidados mínimos;
  • 15 a 20 pontos – Cuidados intermediários;
  • 21 a 26 pontos – Cuidados de alta dependência;
  • 27 a 31 pontos – Cuidados semi-intensivos;
  • Acima de 31 pontos – Cuidados intensivos.

Agora vamos estudar cada das classificações de dependência!

Cuidados Intensivos

Cuidados de alta complexidade e especializados que deverão ser realizados de forma permanente em pacientes graves e recuperáveis, que apresentem risco iminente de vida e que estão sujeito à instabilidade de funções vitais.

Cuidados Semi-Intensivos

Assistência de enfermagem e médica permanente e especializada que é direcionada a pacientes recuperáveis, sem risco iminente de vida, que podem apresentar instabilidade de funções vitais.

Cuidados Alta Dependência

Cuidados de enfermagem e médica direcionados a pacientes crônicos que estável do vista clínico e de enfermagem, no entanto, com total dependência da assistência de enfermagem quando se fala em necessidades humanas básicas.

Cuidados Intermediários

Assistência de enfermagem e médica destinada a pacientes estáveis do ponto de vista clínico e de enfermagem, com dependência parcial de enfermagem para o atendimento das necessidades humanas básicas.

Cuidados Mínimos

Cuidados de enfermagem e médica destinada a pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de enfermagem, no entanto, fisicamente são autossuficientes quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas.


Cálculo de Pessoal de Enfermagem

É preciso verificar a demanda da assistência de enfermagem e médica na unidade de internação para saber quantos profissionais de enfermagem e de medicina precisando estar trabalhando naquela unidade.

Quanto maior a demanda de cuidados, maior a necessidade de profissionais de enfermagem.

Lembre-se que o cálculo é feito considerando as 24 horas do dia.

Quantas horas dentre as 24 horas do dia, devem ser dedicadas para cuidar do paciente?

O quantitativo de horas que cada paciente exige, vai depender do grau de sua dependência.

Veja:

  • Paciente de cuidados mínimos (PCM) – Necessita de 4 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados intermediários (PCI) – Necessita de 6 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados de alta dependência (PCAD) – Necessita de 10 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados semi-intensivo (PCSI) – Necessita de 10 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados intensivos (PCIt) – Necessita de 18 horas do total de 24 horas do dia;

Veja a tabela:

Tempo dedicado ao paciente

Tipo de CuidadoParcela do tempo do dia, dedicada ao paciente!
Cuidados mínimos 4 horas
Cuidados intermediários6 horas
Cuidados de alta dependência10 horas
Cuidados Semi-intensivos10 horas
Cuidados intensivos18 horas

Assista ao vídeo:


Cálculo de Pessoal de Enfermagem

Para calcular a quantidade de profissionais de enfermagem em uma unidade de internação utilizando a Escala de Fugulin, é preciso avaliar o grau de dependência dos pacientes que estão presentes nesta unidade.

Sugere-se que este cálculo seja feito ao menos, mensalmente, porque a clientela muda frequentemente.

Cada grau de dependência, exige uma quantidade de horas, em que o profissional deve estar cuidando daquele paciente.

Esse calculo é feito assim:

Quantas horas do dia, considerando as 24 horas, devem ser dedicada àquele paciente?

Veja:

  • Paciente de cuidados mínimos (PCM) – Necessita de 4 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados intermediários (PCI) – Necessita de 6 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados de alta dependência (PCAD) – Necessita de 10 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados semi-intensivo (PCSI) – Necessita de 10 horas do total de 24 horas do dia;
  • Paciente de cuidados intensivos (PCIt) – Necessita de 18 horas do total de 24 horas do dia;

Como realizar a distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem?

A resolução COFEN 527/2016 determina que em leitos de assistência de:

Paciente de cuidados mínimos (PCM) – Sejam composto por 33% enfermeiros (mínimo 6) e os demais técnicos e auxiliares.

Paciente de cuidados intermediários (PCI) – Sejam composto por 33% enfermeiros (mínimo 6) e os demais técnicos e auxiliares.

Paciente de cuidados de alta dependência (PCAD) – Sejam composto por 36% enfermeiros e os demais técnicos e auxiliares.

Paciente de cuidados semi-intensivos (PCSI) – Sejam composto por 42% enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem.

Paciente de cuidados intensivos (PCIt) – Sejam composto por 52% enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem.

Constante de Marinho (KM)

Carga Horária SemanalCoeficiente
km(20 horas)0,4025
km(20 horas)0,4025
km(24 horas)0,3354
km(30 horas)0,2683
km(32,5 horas)0,2476
km(36 horas)0,2236
km(40 horas)0,2012

Equação para cálculo de pessoal para unidades de internação

O cálculo de pessoal para a unidade de internação é realizado multiplicando a total de horas da enfermagem pela Constante Marinho.

Veja:

Quantidade de profissionais = Constante Marinho x Total de Horas Enfermagem

QP = Km x THE

Para calcular THE, basta pegar o tempo dedicado ao paciente multiplicado pela quantidade de leito.

THE = Tempo de dedicação x Número de Leitos

Vamos aprender praticando:?

Exercício (Escala de Fugulin)

Numa unidade de internação de clínica cirúrgica, há 30 leitos. A jornada de trabalho dos profissionais de saúde é de 30 horas semanais.
O número médio de pacientes/leito por dia, após 30 dias é o seguinte:
Cuidado Mínimo = 6
Cuidado Intermediário = 10
Cuidado Semi-intensivo = 9
Cuidado Intensivo = 5

Calcule quantos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem são necessários?

Realizando os cálculos

QP = KM x THE

Quantidade de profissionais para tratamento intensivo

 

Cuidados Intensivos

Veja que na tabela da Constante de Marinho (KM), 30 horas equivalem a 0,2683 e

QP = KM x THE

KM (30 horas) = 0,2683

THE = nº de leitos intensivos x quantidade de horas dedicadas
THE = 5 X 18 = 90

Pegando a fórmula:

QP = KM x THE
QP = 0,2683 X 90
QP = 24,147 profissionais

Cuidados Semi-intensivos

QP = KM x THE
QP = 0,2683 X (9 X 10)
QP = 0,2683 X 90
QP = 24,147 profissionais

Cuidados Intermediário

QP = KM x THE
QP = 0,2683 X (10 X 6)
QP = 0,2683 X (60)
QP = 16,09

Cuidados Mínimos

QP = KM x THE
QP = 0,2683 X (6 X 4)
QP = 0,2683 X (24)
QP = 6,4

Total de Funcionários: 24,1 + 24,1 + 16,09 + 6,4 = 70,69 = 71 funcionários

Agora chegou o momento de distribuir os funcionários entre cada tipo de classificação.

Assistência mínima e intermediária = 16,1 + 6,4 = 22,5
33% enfermeiros = 7,4
67% auxiliares e técnicos = 15,1

Assistência Semi-intensiva= 24,1
42% enfermeiros = 10,1
58% auxiliares e técnicos = 14

Assistência Intensiva= 24,1
52% enfermeiros = 12,5
48% técnicos = 11,6

Assim temos:
Total de enfermeiros = 7,4 + 10,1 + 12,5 = 30
Total técnicos e auxiliares = 15,1 + 14 + 11,6 = 40,7
Total geral = 71 funcionários


Referências Bibliográficas

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) (BR). Resolução COFEN Nº 189/1996, de 25 de março de 1996 (BR). Estabelece parâmetros para dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas instituições de saúde. Brasília (DF): Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Disponível em <http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-1891996-revogada-pela-resoluo-cofen-2932004_4249.html> Acesso em 06 de nov. de 2021.

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) (BR). Resolução COFEN Nº 527/2016, de 03 de novembro de 2016. Atualiza e estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nos serviços/locais em que são realizadas atividades de enfermagem. Brasília (DF): Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Disponível em <http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05272016_46348.html>. Acesso em 06 de nov. de 2021.

FUGULIN, Fernanda Maria Togeiro; et al. Sistema de Classificação de Pacientes: Proposta de
Complementação do Instrumento de Fugulin et al. Rev Latino-am Enfermagem; v. 15,n.5, 2007.

Fugulin FMT, Gaidzinski RR, Lima AFC. Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem em Instituições de Saúde. In: Kurcgant P, coord. Gerenciamento em Enfermagem. 3ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara-Koogan; 2016. p. 115-27.

KURCGANT, P,ET ALLI. Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU. 1991.

NOBRE, Ilane, Et al. Sistema de Classificação de Pacientes utilizando a Escala de Fugulin: Perfil Assistencial da Clínica Médica, Revista de Enfermagem, Recife, V.11, nº4, abri, 2017. Disponível em <https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/15245/18027>. Acesso em 06 de nov. de 2021.

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

Website: http://www.abcdaenfermagem.com.br

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