DRC Estagios

DRC Estágios e Tratamento!

A Doença Renal Crônica é uma condição de perda da função renal progressiva e irreversível ou diminuição da taxa de filtração glomerular com tempo de duração de três meses ou mais.

Embora existam muitas causas diferentes Doença Renal Crônica as principais são diabetes e a hipertensão arterial sistêmica.

Ainda falando sobre diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica, essas duas doenças são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no SUS e representam ainda mais da metade do diagnóstico primário em pessoas com doença renal crônica que são submetidas a diálise na na evolução da doença renal crônica (GROSSMAN; PORTH, 2016; HINKLE;CHEEVER, 2020).

Á medida que a função renal diminui, ocorre uma anemia proveniente da produção inadequada da eritropoietina, o que causa dispneia, angina e fadiga.

Antes de abordar a Tabela: DRC – Estágios e Tratamento, é importante rever os fatores de risco e o diagnóstico, para facilitar o entendimento.


Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de Doença Renal Crônica?

Os fatores clínicos principais de risco que são a idade, o sexo, a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, anemia, proteinuria, complicações metabólicas, obesidade, tabagismo e lipidemias.


Diagnóstico

O diagnóstico de DRC é baseada em três componentes:

  1. Componente anatômico ou estrutural, cujo avaliação é realizada através dos marcadores de dano renal;
  2. Componente funcional, que é avaliado pela Taxa de filtração glomerular;
  3. Componente temporal, decorrente da agressão ao rim decorrente, por exemplo, a longo prazo, de doenças crônicas como o diabetes e hipertensão arterial sistêmica.

Para Bastos; Kirsztajn (2011), o diagnóstico é dado, independentemente da causa, a todo paciente que apresente taxa de filtração glomerular menor do 60 ml/min/1,73 m², associado a pelo um marcador de dano renal, como por exemplo proteinuria, há pelo menos 3 meses.


 

DRC Estagios

EstágioTaxa de Filtração Glomerular
(ml/min/1,73 m³
Redução da Produção de UrinaAcompanhamentoTipo de Tratamento
1< 90Normal ou altaUBS - Tratar fatores de risco modificáveis para doença renal e cardíaca.Conservador
260-89Levemente diminuídaUBS - Tratar fatores de risco modificáveis para doença renal e cardíaca.Conservador
3a45-59Leve a moderamente diminuídaUBS - Tratar fatores de risco modificáveis para doença renal e cardíaca.Conservador
3b30-44Moderada a severamente diminuídaUBS - Tratar fatores de risco modificáveis para doença renal e cardíaca.Conservador
415-29Severamente diminuídaEspecialidade nefrológica mantendo vínculo na UBSPré-dialise
5-nd<15>Falência RenalTerapia Renal Substitutiva
Avaliação nefrológica mensalmente
Pré-dialise
5-d<15>Falência RenalTratamento em unidade especializada em doença renal crônica.
Avaliação nefrológica mensal.
Diálise

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Tratamento

Para realizar o tratamento adequado, o Ministério da Saúde (2014), indica realizar a classificação dos estágios da Doença Renal Crônica.

O tratamento é classificado em:

  1. Conservador – Deverá ser realizado na Unidade Básica de Saúde e envolve o tratamento dos fatores de risco modificáveis de progressão da DRC e de doença cardiovascular. O tratamento conservador envolve os estágios 1 ao 3;
  2. Pré-diálise – Estágios 4 a 5-nd;
  3. Dialítico – Estágios 5-d. O tratamento envolve a terapia renal substitutiva.

Tratamento Conservador

Consiste em tratar os fatores de risco para a progressão da Doença Renal Crônica, para os eventos cardiovasculares e para evitar a morte.

O objetivo é impedir a redução da taxa de filtração glomerular e o acompanhamento é realizado na Unidade Básica de Saúde.

 

Tratamento na Pré-diálise

O objetivo é manter o tratamento conservador na Unidade Básica de Saúde  e preparar o paciente nos estágios mais avançados de Doença Renal Crônica, para a terapia renal substitutiva.

 

Tratamento de Diálise

Pacientes que estão no estágio 5-d da Doença Renal Crônica, estão em falência renal e necessitam de terapia para substituir a função renal.

A  terapia renal substitutiva envolve dois procedimentos:

  1. Hemodiálise;
  2. Diálise peritoneal.

Hemodiálise

A hemodiálise tem a função de retirar as substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue e de remover o excesso de líquido.

Neste procedimento, o sangue é desviado do paciente para uma máquina, e ali é filtrado retirando os produtos tóxicos o excesso de líquido.

Um paciente em falência renal, tem indicação média, de 3 procedimentos de hemodiálise por semana, com duração média de 3 a 5 horas cada um.

 

Diálise peritoneal

A diálise peritoneal utiliza o peritônio com uma membrana dialisadora semipermeável, que possibilita a filtração e a retirada das escórias nitrogenadas e o excesso de água por meio da difusão e osmose.

O procedimento é realizado através da introdução de um cateter na cavidade peritoneal e uma solução dialítica estéril é introduzida durante 10 minutos.

A diálise peritoneal é apresenta a vantagem de retirar metabólicos e água todos os dias.

No entanto, há uma desvantagem importante, que está relacionada ao potássio.

O procedimento retira quantidades importantes de potássio, o que pode causar hipocalemia (hipopotassemia).

Para prevenir esse efeito adverso, é preciso administrar cloreto de potássio na solução dialítica.

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Referências Bibliográficas

BASTOS, M. G.; KIRSZTAJN, G. M. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise, J Bras Nefrol, v. 33, n.1, p. 93-108, 2011. Disponível em <https://www.scielo.br/j/jbn/a/x4KhnSzYkqg8nKSCyvCqBYn/abstract/?lang=pt>. Acesso em 20 de dez. de 2021.

HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Jnaieo: Guanabara Koogan, 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Comitê de Insuficiência Renal Aguda da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Insuficiência Renal Aguda. São Paulo, 2007, 24 p. Disponível em: <https://arquivos.sbn.org.br/uploads/Diretrizes_Insuficiencia_Renal_Aguda.pdf>. Acesso em 20 de dez. de 2021.

 

 


 

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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